
Sempre há atividade no estúdio, com a exausta equipe de gerência de Shakira digitando nos BlackBerries e engenheiros fazendo mudanças na sala de controle ("Pedi para eles criarem todos os meus "kás" e "erres" no computador, porque não consigo pronunciar essas letras sem sotaque", Shakira explica). O Compass Point Studios foi fundado no final da década de 1970 por Chris Blackwell, da Island Records: o AC/DC gravou três álbuns ali, incluindo o clássico Back in Black (1981), e as paredes estão repletas de discos de ouro e retratos de artistas dos anos 80 descansando no Caribe. "Sou uma grande fã de Bob Marley, Cure e AC/DC, e, quando ouvi sobre este estúdio lendário onde todos eles gravaram, sabia que tinha de ser ali", conta Shakira. "Este lugar é o principal motivo para eu me instalar nas Bahamas."
Como artista, Shakira é perfeccionista - "Sou aquariana, mas fiquei virginiana com o tempo", define. Ela compôs 60 músicas para She Wolf, reduzindo-as para dez no estúdio. Hoje, precisa enviar nove mixes para masterização e terminar "Spy", uma música em dois compassos com Wyclef Jean, para que possa ser masterizada amanhã também. "Essa música é como o projeto de um casal", diz. "Construímos a casa juntos, mas os homens não são muito focados nos detalhes. Agora sou a esposa, que ficou em casa para arrumar as flores no vaso." Seu processo como produtora é ouvir tanto com o corpo quanto com os ouvidos. Na verdade, "Hips Don't Lie" (quadris não mentem), sua primeira colaboração com Wyclef e o single mais vendido de sua carreira, é uma frase que ela usou no estúdio por muito tempo. "Eu dizia 'e aí, vocês estão vendo meus quadris mexendo?'", diz, rindo. "'Não? Então não está funcionando. Meus quadris não mentem'."
Uma assistente entrega a Shakira um pote de café, e ela prepara sua própria xícara. "Cortei o café por seis meses, porque quando tomo café fico com desejos", conta. "Mas agora preciso tomar três vezes por dia." Ela está tentando controlar o peso, embora não devesse. É linda, com um rosto expressivo em forma de coração, cílios grossos e um corpo supertonificado, sem os retoques plásticos peitorais que normalmente completama imagem. "Na Colômbia, sou a única mulher que não tem implantes", afirma. "Os cirurgiões colombianos são os melhores da América do Sul, junto com os brasileiros. É mais barato lá e os médicos deixam os seios bem naturais, muito bons."
Você lê esta matéria na íntegra na edição 40, janeiro/2010
fonte:http://www.rollingstone.com.br
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